Presidente do sindicato reclama que GCM está sucateada e verba poderia reverter situação
Gabriel Mestieri, do R7
Dinheiro gasto pela Prefeitura de São Paulo com o “bico oficial” de policiais militares, que trabalham em dias de folga para a administração municipal, daria para quase dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana.

No mesmo ano, o dinheiro gasto com os salários da Guarda Civil Metropolitana — que tem que, entre as funções, proteger o patrimônio e os serviços da cidade — foi de R$ 150 milhões. A verba é destinada para pagar os cerca de 6.700 guardas que trabalham na cidade.
Para o presidente do SindGuardas-SP (Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de SP), Angelino Venerando Filho, a transferência de responsabilidade desvaloriza o guarda municipal.
— Os oficiais e praças da GCM se sentem desprezados pela prefeitura. O valor astronômico que é pago [na operação delegada] poderia contratar mais 6.000 guardas e viaturas.
De acordo com ele, a PM recebe “uma fortuna da prefeitura enquanto a Guarda criada para o município está sucateada”.
— Se você for a uma base da GCM vai ter nojo de entrar. Trabalhamos diuturnamente e não recebemos oportunamente para isso.
Queríamos saber onde está a escala da função delegada, pois a população não tem como saber. Acredito que o secretário de Segurança Urbana também não saiba.
A vereadora Juliana Cardoso (PT) afirma que não há justificativa para pegar um dinheiro que poderia ser investido na GCM e entrega-lo à Polícia Militar.
— Nos últimos meses, aumentou o homicídio e o roubo de veículos. Então, hoje se gasta quase R$ 112 milhões para a criminalidade continuar na rua, então não adianta a PM ficar reprimindo morador de rua, ambulante, pessoas que são trabalhadoras. A PM ajudaria muito mais fazendo sua função para diminuir roubo e criminalidade do que tentando fazer o papel da GCM, que é tão importante para a cidade, para o patrimônio publico.
De acordo com ela, escolas e unidades de saúde, que deveriam ser vigiadas pela guarda, estão com a segurança debilitada.
— Você poderia investir esse recurso [da operação delegada] na Guarda, para cuidar de escolas, postos de saúde, dos teatros, do museu, de todo o patrimônio publico que tem na cidade. Daria pra equipar toda Guarda, aumentar efetivo, comprar equipamento. Daria para fazer inúmeras outras coisas; fazer contratação em massa e ocupar todos os espaços que prefeitura tem que ocupar. Esse dinheiro é uma fortuna.
Venerando reclama também da terceirização dessas funções de proteção do patrimônio da cidade, que antes eram exercidas pela GCM.
— É um absurdo. Guarda foi criada para cuidar de bens e serviços. Antes tinha policiamento nas escolas, hoje não tem. São 6.700 homens, um efetivo pequeno, que devia ser dobrado. Dinheiro gasto com empresas de segurança e delegada deveria ser repassado para município fazer bom policiamento municipal. O policiamento da Guarda é precário.
Procurada pelo R7 para comentar os gastos com a operação delegada, a prefeitura não se manifestou.
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